Bactéria que pode comer plástico. por Thuanny Moraes
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Em uma palestra realizada pelo Instituto de Macromoléculas na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), nós do Química Sustentável nos deparamos com uma notícia bastante interessante e promissora para o meio ambiente.
Foi encontrada, na floresta amazônica, uma bactéria que pode comer resíduos plásticos, incluindo os mais resistentes, como o poliuretano. Essa descoberta ocorreu no início do ano e já foi divulgada em vários sites, mas nós do QS vamos abordá-la de forma mais específica para que vocês possam entender como esse “fenômeno” ocorre e como ele pode contribuir positivamente para o meio ambiente.
A bactéria chama-se pestalotiopsis microspora e foi encontrada por um grupo de estudantes da Universidade de Yale, nos EUA.
A princípio, surgiram algumas dúvidas sobre como a bactéria poderia comer esses resíduos e o questionamento de que o feito teria ocorrido pelo fato de essa bactéria já estar habituada à presença do lixo no meio ambiente em que se encontra, cujo processo é chamado, coincidentemente, de plasticidade fenotípica.
A plasticidade fenotípica é a capacidade dos genótipos alterarem a sua expressão fenotípica, mediante alterações morfológicas e fisiológicas em resposta a alterações do meio ambiente.
Até poderia ser, se tal bactéria fosse encontrada nas grandes cidades, onde o consumo e a geração de lixo são enormes, o que não é o caso do Amazonas.
Então, como é possível uma bactéria comer plástico? Este feito é possível devido algumas bactérias realizarem respiração anaeróbica, ou seja, quando há intolerância ao oxigênio ou quando o ambiente em que elas se encontram não há presença de O2 e, assim, usam outros gases para sua respiração. No caso da bactéria que come plástico, o gás utilizado é o CO2 (gás carbônico). Como nos plásticos há a presença de hidrocarbonetos, moléculas compostas por carbonos e hidrogênios, tem-se a combinação perfeita para que o processo respiratório seja realizado.
Mas isso resolve apenas uma pequena parte dos problemas ambientais relacionados ao lixo. É uma descoberta bem promissora e estimulante para os ambientalistas, mas que não ajuda muito na eliminação da poluição.
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